Os vereadores de Santa Maria aprovaram, na sessão desta quinta-feira (4), uma moção de repúdio à fala homofóbica de Abel Braga, no retorno ao Internacional. No último domingo, o treinador declarou que “parece time de veado” ao se referir ao uniforme rosa do clube. A moção, proposta pelo parlamentar Rudys Rodrigues (MDB), foi aprovada com 18 votos favoráveis e nenhum contrário.
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Ao defender a proposta na tribuna, o autor da moção afirmou que o posicionamento vai além do exercício do mandato e carrega também uma dimensão pessoal. Aos presentes, Rudys também relembrou a declaração e classificou o episódio como “lamentável, vergonhoso e absolutamente incompatível com o tempo em que vivemos”. Ao repetir a frase dita por Abel Braga, o vereador reforçou que o enfrentamento ao preconceito passa pelo reconhecimento explícito da violência:
– Isso não é piada, não é brincadeira de vestiário, não é cultura esportiva. Isso é homofobia explícita, é violência simbólica. Quando alguém com a visibilidade de um técnico do Internacional se manifesta dessa forma, suas palavras ecoam. Elas reforçam estigmas, autorizam preconceitos e alimentam o ódio. A intenção não anula o efeito, e o efeito é devastador.
Votaram favoráveis*: Adelar Vargas Bolinha (MDB), Admar Pozzobom (PSDB), Alexandre Vargas (Republicanos), Alice Carvalho (PSol), Coronel Vargas (PL), Givago Ribeiro (PSDB), Lorenzo Pichinin (PSDB), Luiz Carlos Fort (Progressistas), Luiz Fernando Lemos (PDT), Luiz Roberto Meneghetti (Novo), Marcelo Bisogno (União Brasil), Marina Callegaro (PT), Rudys Rodrigues (MDB), Sérgio Cechin (Progressistas), Sidinei Cardoso (PT), Tubias Callil (PL), Valdir Oliveira (PT) e Werner Rempel (PCdoB)
*os vereadores Guilherme Badke (Republicanos), Helen Cabral (PT) e Tony Oliveira (Podemos) não estavam presentes no momento da votação.
A fala polêmica de Abel Braga
A declaração que motivou a moção ocorreu durante a apresentação oficial de Abel Braga no Beira-Rio, em seu retorno ao comando do Internacional. Ao comentar o uniforme rosa utilizado pelo elenco nos treinos, o treinador relatou uma conversa interna e afirmou:
– Eu não quero a porra do meu time treinando de camisa rosa, parece time de veado.
Quatro dias após a repercussão negativa, Abel se manifestou novamente e pediu desculpas. Em entrevista, afirmou que a fala ocorreu em tom de brincadeira e reconheceu o erro.
– Não deveria ter falado absolutamente nada naquele momento. Eu fui juvenil. Aquilo criou uma polêmica muito grande e eu já me desculpei – declarou.
O técnico também disse que perdeu um filho aos 19 anos e que, por isso, não se considera uma pessoa homofóbica.
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